Magia sexual. Acho que chegou a hora de falar um pouco sobre como entendo esse assunto e como ele faz parte da minha bruxaria como um todo. Assim como a necromancia, vejo a magia sexual como um dos pilares da bruxaria tradicional, mas que, assim como o primeiro termo, causa confusão em seu entendimento. Muito do que sabemos - ou fingimos que sabemos - sobre magia sexual é, na realidade, conceitos vindo do ocultismo, em especial da thelema e de outras ordens que utilizam da magia sexual como fonte de poder. O problema nisso é que não condiz em nada com a forma que bruxa trabalha sua energia sexual, vale lembrar que na bruxaria não existe kundalini ou qualquer outra coisa parecida que você possa ter lido. A magia sexual aqui é diferente.
Quando você joga magia sexual no google, você vai encontrar coisas como:
A premissa fundamental da magia sexual é o conceito de que a energia sexual, ou libido, do organismo humano é a força mais poderosa que podemos manipular e que algumas práticas ocultas podem acumular, direcionar ou modificar esta energia de modo a atingir objetivos pré-determinados. - wikipédia
No próprio wikipédia há uma separação de magia sexual no caminho da mão esquerda e no caminho da mão direita. No caminho ocultista de mão esquerda:
O chamado Caminho da mão esquerda defende que o orgasmo deve ser adiado até que sua energia seja tanta que possa, segundo a visão dos praticantes, alterar a realidade ou levá-los a estados alternativos de consciência. Os seguidores desta escola baseiam seus conhecimentos no trabalho original de Paschal Beverly Randolph, seguido de Theodor Reuss e mais tardiamente Aleister Crowley.
E no caminho da mão direita:
Alternativamente, o Caminho da mão direita defende que a ejaculação é a antítese da sublimação sexual. Neste contexto, a ejaculação não é apenas adiada, mas interrompida em prol do que seus praticantes consideram energias superiores. O caminho da mão direita não admite práticas como masturbação e homossexualidade.
A noção binária que o ocultismo coloca em sua prática migra para a bruxaria de diversas maneiras. São incontáveis as tradições de bruxaria que ainda colocam essa visão de mundo limitada e preconceituosa como uma explicação hermética para o universo. Tudo tem masculino e feminino, tudo é dual. Ah, me poupe. Isso porque nem estou falando de tradições de bruxaria que utilizam esse tipo de argumento para colocar homens homossexuais em posições heteronormativas a fim de “elevar” energia, como quando realizam o grande rito entre a sacerdotisa do coven ou do clã com um homem gay. É, acima de tudo, uma violência a alteridade.
Ignoremos então, o ocultismo por enquanto, vamos adentrar no mistério do sexo dentro da bruxaria tradicional, passando pelo lore, pelas práticas e pelo uso do corpo como instrumento da bruxa.
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